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Tudo bem se você usa o ChatGPT para escrever

Cabeça robótica, toda branca, sobre um teclado de computador.

Eu não me importo se você usa o ChatGPT ou qualquer outra IA generativa para escrever. Não faz diferença, no fim das contas. O preciosismo com que muitos tratam o assunto (incluindo eu, até pouco tempo atrás), como se houvesse alguma qualidade intrínseca digna de preservação no texto puramente humano, é infundado.

Sei que é uma opinião polêmica. Peço, além da sua paciência, que a encare num sentido estrito, ou seja, que desconsidere outras questões que orbitam o assunto, como a ética e a ambiental. Dito isso, a seguir tentarei justificá-la.

Se você acha que o ChatGPT escreve melhor que você, é provável que você esteja certo(a). Do meu lado, na qualidade de leitor, (ainda?) é fácil sacar quando um texto é gerado por IA e quando é fruto da imaginação de um ser humano — ou a maior parte, pelo menos.

Ainda nesse papel, óbvio que levo em conta essa percepção na hora de decidir por ler ou não qualquer coisa. E, também quase dispensável dizer, aprecio muito mais textos humanos, ou aqueles em que a humanidade de quem escreve se manifesta.

O preciosismo dos avessos aos textos de IA parte de uma premissa falha, de que o texto 100% humano é sempre melhor.

Não só existe muito texto ruim, como existe muito texto que, mesmo escrito por humanos capazes e que saem como o planejado, ainda assim são ruins. Parecem-se com texto de máquina. Isso precede o ChatGPT. Sites e blogs que adoram o algoritmo do Google, por exemplo, há anos publicam textos que pouco se distinguem do lero-lero gerado pela IA. E-mails corporativos, relatórios, notícias de balanços de empresas e resultados esportivos… são vários os exemplos.

Às vezes a gente não tem escolha a não ser encarar textos ruins. Muitas vezes, isso é uma escolha — eu ignoraria aquele bilhete de aniversário que o Alex recebeu, por exemplo.

A vida não é um grande concurso de prosa ou poesia, infelizmente.

Nessas situações, faz diferença se o autor usou IA? Se o texto foi parcial ou totalmente escrito pelo humano ou pela IA? O que importa, a qualidade do texto apresentado ao leitor, não muda. Continua sendo um texto ruim.

Um exemplo específico. Dia desses topei com esta notícia no site Phone Arena, intitulada “O não anunciado Galaxy S25 Edge da Samsung já está em pré-venda no Reino Unido a um preço altíssimo”. Ela é assinada por uma pessoa e nada na página indica o auxílio de uma IA generativa.

A notícia tem 664 palavras. O preço só aparece após 457 palavras, ou seja, a “introdução” (enrolação) ocupa 68,8% do texto. Poderia apostar que é porque o Google penalizaria textos com poucas palavras.

É irônico, mas a IA fez um trabalho muito melhor para sanar a dúvida que o artigo do Phone Arena se presta a responder (ainda que bebendo de fontes como o próprio Phone Arena). O Perplexity entrega o preço do celular após 58 palavras.

A IA entrou em um jogo em que nós, humanos, não podemos ganhar. Qual jogo? O do texto medíocre, ou ruim.

***

Entendo o sentimento de traição que a imprensa tem em relação à IA generativa. Jornais do mundo inteiro tiveram seus arquivos absorvidos e regurgitados por robôs que, como o exemplo bobo acima demonstra, muitas vezes fazem um trabalho melhor que o da fonte de onde bebem.

Mesmo assim, é difícil encontrar uma redação que não esteja no mínimo experimentando soluções baseadas em IA.

Esse cenário expõe algumas verdades inconvenientes que o jornalismo e, de modo mais amplo, todos os setores criativos demoraram a encarar: que a palavra é ferramenta. Que a matéria-prima de um jornal, de um blog, de quem escreve não é a palavra escrita, mas sim o que elas expressam.

O purismo que detrata o texto gerado por IA pode ser elevado à décima potência. Por que usamos editores de texto com corretores ortográficos, salvamento automático, versionamento e outros auxílios artificiais? O texto digital é digno da nossa leitura, como o foi o impresso por séculos?

Talvez, em algum momento, o texto gerado pela IA se torne sofisticado o bastante para fazer frente ao de um humano que domina a palavra. A tradução é um indicativo desse futuro incerto, mas provável. IAs traduzem muito bem argumentos coloquiais do português para o inglês e vice-versa, e não tenho vergonha alguma em dizer que uso muito esse recurso para traduzir citações neste Manual e na edição em inglês.

Tampouco me vejo na obrigação de dar transparência a esse e outros usos. Vejo um esforço enorme de algumas redações, como a dos amigos do Núcleo, em explicitar todo e qualquer uso de IA. Nesse contexto, IA é ferramenta, ou é usada como tal. Não me importa se você usou o Word, o Photoshop ou qualquer outra coisa, incluindo IAs.

E sabe por que não importa? Quem lê este blog ou o Órbita1 consegue sentir, no fundo da alma, que uma IA não poderia gerar o que está escrito aqui. E se quem lê é incapaz de sacar esse tipo de sutileza, sinto dizer, mas ela vai ignorar, no máximo estranhar o “disclaimer” de que a IA foi usada para isso ou aquilo.

  1. Embora não seja proibido, o uso de IAs generativas no Órbita e nos comentários do Manual é desestimulado, como disposto na regra de convivência #9.

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41 comentários

  1. Oi, Ghedin! Fiquei pensando muito nessa publicação aqui antes de comentar, e faço isso com algum apreço e cuidado, porque nunca discordei tanto de um texto seu haha

    Queria propor o caminho inverso de seu argumento, comparando o texto escrito com a produção de design gráfico ou audiovisual.

    Ainda que a estética de IA seja bastante gritante em imagens gráficas, para as quais os nossos olhos são bastante treinados, me parece que ela se disfarça muito melhor no uso das palavras – porque, afinal, não vivemos em um país acostumado com qualquer tipo de leitura profunda, como um livro de literatura, mesmo que ruim.

    Mas nem essa intimidade impede que uma parcela gigante da população (a essa altura, a maioria de nós, brasileiros) consuma conteúdo gráfico/audiovisual de baixíssima qualidade, gerado por IA e distribuído por algoritmos que favorecem um certo ritmo desumano de publicação etc. O paralelo é o mesmo, a situação é a mesma… Não faz muito tempo a Meta esmagou a qualidade dos conteúdos das redes sociais, elevou os níveis de distração, devorou o entretenimento – quem ainda consegue assistir a um filme?

    O meu diagnóstico é que a questão antiga, do algoritmo, é que ainda não terminou: fomos obrigados a escrever mal, criar produtos de design e audiovisual terríveis, para atender à ânsia de lucro da big tech (à necessidade de manter os usuários por mais tempo em contato com publicidade, em vez de resolverem os seus problemas e saírem do site). Agora, a big tech criou uma solução trazendo para dentro do seu cercadinho o pouco sumo que sobrou do conteúdo, a pouca polpa informativa, para o seu resumo de IA. Que, é bom dizer, talvez não fosse necessário, do ponto de vista das buscas, a princípio.

    Eu não tenho um problema que um designer ou realizador audiovisual use o Photoshop, uma mesa digitalizadora, ou mesmo que gere imagens que facilitem o seu trabalho. Papel, caneta, óculos, tudo é tecnologia. Mas queria dizer que a IA, nesse sentido, é uma ambiguidade. Ela pode ser uma ferramenta, mas, também, pode substituir o criador (jornal, autor…) e torná-lo um criador-conferidor-assinador, um ser que empresta sua assinatura e sua confiabilidade para o texto. Eu não gostaria de receber de um designer que contratei um produto 100% gerado por IA, nem de ler um texto que foi 100% gerado por IA sem que eu soubesse disso.

    Não me parece também uma questão de gostos superiores ou inferiores da audiência. Ao menos, gostaria de dizer, de um ponto de vista ético, que não deve ser. Digo: não deve caber à audiência o papel de desenvolver a capacidade de diferenciar a “humanidade” da “artificialidade” do texto, porque um dia as coisas estarão sensivelmente parecidas. Aqui e ali talvez tenhamos, vez ou outra, bolsões de autenticidade, uma escrita interiorana, uma história não contada, um sotaque ainda não computado… Mas isso tende a desaparecer mais cedo ou mais tarde. Se o que vai conectar nos conectar entre si é a web, que é a maior produtora de subjetividade que temos hoje em dia, de onde viria essa diferença? Acho que normalmente pensamos isso sobre as notícias: “De onde a IA vai tirar novas informações, se os jornais falirem?” Eu acho que deveríamos pensar, também, de um ponto de vista… humano? Sinto muito disso quando vejo a ansiedade de algumas pessoas que amadureceram durante a pandemia quando têm que lidar com situações que antes eram corriqueiras, como fazer um pedido no balcão. E eles são os primeiros a encarar a ponta dessa grande mudança. Já não sei mais tão bem se humano é a melhor palavra, ou se a questão é com o digital e o analógico. Vejo com alguma esperança a valorização recente da prática de esportes e mesmo as trapalhadas proibições do uso do celular nas escolas. Parece um bloco “correto”, entre seus erros e acertos.

    Mas vamos lá. Uma última coisa é a questão da qualidade. Acho que nisso você tem um ponto. Por mais que doa, não há um valor intrínseco à escrita humana, e poetizar os nossos erros não nos leva a lugar algum quando o jogo é sobre o “valor”. Só que há uma sutileza na importância da escrita humana, que é o local de onde se fala. A primeira vez que eu te contar que minha mesa de escritório tem um copo de vidro azul-marinho que ganhei de presente em uma situação catastrófica e inusitada, isso vai se referir a um lugar, a um ponto de vista bastante próprio, que a IA nunca poderá tomar com a novidade devida, porque, via de regra (ao menos até óculos que gravem tudo todo o tempo) ela vive no passado.

    Admito que não sei explicar muito bem meu ponto aqui, mas me parece que a IA só radicaliza uma coisa que já acontece há muito tempo, e que todos nós achamos insuportável, mas não sabemos dizer muito bem o que é. Queria dizer que isso é a “perda do chão” ou a “perda do lugar”. Sabe quando Aquiles mata Heitor, na Ilíada, e tudo precisa ser contado; ou quando Clarice conta a história de mineirinho, e pra isso se gastam tantas páginas e histórias? Pra mim, é porque parece haver um chão em dizer quem são aquelas pessoas, aquelas coisas, aquelas cenas. E eu estou usando literatura não por ser literatura, mas porque imagino que temos essas referências em comum. Quero dizer: seria insuportável se contássemos a pandemia de Covid-19 em tantas páginas para cada uma das vidas. Por isso resumimos elas em números e gráficos. Parece que agora estamos fazendo isso para tudo. É tudo um grande amontoado de… muita coisa (mal-)escrita, como diria nosso ex-presidente.

    Em vez de contar uma boa história que informe, estamos optando por contar história alguma. E isso é terrível, sabe? E ser terrível, e já vir acontecendo a tanto tempo, nem é culpa da IA, mas do destino da internet. Mas ser terrível não quer dizer que não importe. Pra mim, pelo menos, quer dizer que importa tanto que é insuportável de olhar a questão diretamente nos olhos, porque a coisa toda já aconteceu: a gente se tornou incapaz de mandar uma mensagem de feliz aniversário pra alguém. A gente nem vê mais filme. Duas horas é tempo demais.

    Mas não tenho solução nenhuma. Só queria dizer que importa.

    Pretendo tomar a IA como uma ferramenta de trabalho, um copiloto que me ajude a descobrir a data de publicação de um livro, a nacionalidade de um autor, e que me poupe de ter que ler os textos já piorados ao extremo pelo algoritmo do Google. (Por lá já é tudo escrito por IA hoje em dia, afinal. Ao menos que seja a IA que responde a minha pergunta em específico). De todo modo, os jurássicos favoritos do navegador também estarão aqui, e continuarão. Com eles, dá pra ver o Manual e mais uma dúzia de bons sites que visito e leio de tempos em tempos, porque são um “lugar”, e é preciso disso pra respirar. Espero que a gente perceba que importa.

    Quando escrever um texto com IA – não quando consultar algo ou usá-la pra revisar, mas quando ela tiver feito grande parte do trabalho, deixa um aviso, por favor. Vou notar.

    Abraço!

    1. Que resposta legal, Edson! Obrigado. Sua argumentação me ajudou a encontrar alguns pontos falhos na minha, que tento, agora, remediar.

      Entendo — e acho que concordamos nisso — que a IA é mais sintoma do que a raiz da “doença”. É nesse contexto mais amplo, o da doença, em que argumento que a origem de um texto pouco importa, porque antes/em paralelo à IA a gente já se depara com muito texto (e imagens) pobres, feitas por humanos que detestam o que produzem e só o fazem por imperativos externos (dinheiro para subsistência, sobrevivência e vivência, em resumo).

      É aí, também, que acho que a sensibilidade de quem recebe o ~conteúdo vem a calhar. Às pessoas que curtem e comentam o Jesus de camarão do Facebook, importa se a imagem foi feita por IA ou por alguém de carne e osso? Os textos horríveis que a gente lê em anúncios ruins e no conteúdo de marcas em redes sociais… faz diferença? Eu também gosto, e aprecio muito, um bom texto. E, hoje, um bom texto só é possível com a participação majoritária de um ser humano. Não qualquer ser humano, porque escrever bem não é uma característica inata da espécie, mas algo que só a nossa espécie consegue produzir. Por enquanto. No futuro, quem sabe?

      Quando escrever um texto com IA – não quando consultar algo ou usá-la pra revisar, mas quando ela tiver feito grande parte do trabalho, deixa um aviso, por favor. Vou notar.

      Isso eu não posso prometer, hehe 🥲 Não que esteja nos meus planos adotar uma IA para escrever comigo. Nunca fiz isso, aliás, porque vejo valor na humanidade que emprego no que publico e, mais importante, acho que é (e será, cada vez mais) um diferencial àqueles que, como você, percebem a sutileza de um texto humano. Dito isso, acho que pode continuar lendo o Manual sem medo de topar com lero-lero de uma IA. Ao menos a curto e médio prazo.

      1. É, entendo o seu ponto sobre pessoas que comentam o Jesus de camarão. Talvez nesse ponto a IA não importe mais do que o algoritmo que já existe. Será que ela cava o buraco ainda mais fundo? Acho que só o tempo dirá, mas eu imagino que sim.

        O que digo sobre o “lugar”, inclusive, não depende em nada da IA. Me vêm à mente um tipo específico de vídeo curto que começa assim: “Este homem vai lançar esta pedra no lago e a reação de sua esposa é incrível!”. O que tem este homem, esta pedra, este lago e a mulher ao seu lado, ou por qual motivo recebemos aquela mensagem, nunca saberemos. A sensação da pedra distorcendo a água e a expressividade de uma voz ou rosto empolgado é o suficiente.

        A gente pode dizer que esses são conteúdos “criados por humanos” ou “dotados de humanidade”, no sentido em que conversamos? Eu tenho minhas dúvidas. Diria até que são conteúdos criados pelo algoritmo, que usa os humanos (quem produz, mas principalmente quem consome o vídeo) como peças de uma máquina. É como se fossem aqueles moluscos unio tumidus que os poloneses usam no sistema de água: se o usuário se mantém preso à tela, está tudo certo.

        Só queria dizer que não precisamos de IA pra perder isso que a gente chama de “humanidade”, e, nesse sentido, realmente não importa. Ou, pelo menos, nesse panorama, a IA não é a coisa mais importante, mas parte de um problema maior. Me entristece um pouco, admito haha

        Obrigado por responder!

        PS: Será que um dia o Manual vai ser escrito por um “Ghedin artificial”? Algo me diz que eu não conseguiria continuar lendo tão ativamente 👀

        1. Isso aí. “[…] a IA é mais sintoma do que a raiz da ‘doença.’” Se existe um culpado tecnológico desse ecossistema caótico de “conteúdo” ruim, onde a IA (não por acaso) cai como uma luva, são os algoritmos de recomendação das plataformas.

  2. Alguns comentários que achei curiosos na pegada.

    Um bot com IA fazer um serviço melhor que uma pessoa.

    Até porque IA não tem sentimentos, dia ruim, acha que recebe mal, se sente demotivado, é mal treinado e etc.

    Eu entendo muito isso tudo, muitas vezes fico irritado com mal atendimento, mas no grande geral essas pessoas tem um trabalho extremamente precarizado oriundo de muitas vezes baixo conhecimento prévio, tanto em estudo quanto em interesse do chefe/dono da empresa.

    Tem excessão? Possível. Sempre vão dizer que “eu trato bem”? Sim. Mas excessão confirma a regra.

    E aí a IA aparece como a salvadora realmente. O treinamento é imediato, o custo social e financeiro baixíssimo l, principalmente a médio e longo prazo. E “todo mundo satisfeito e feliz”.

  3. Eu já tinha falado isso antes e continuo batendo na mesma tecla. Aqui na empresa troquei um suporte inicial do cliente por IA, que por sinal é muito mais humano que o ultimo humano que trabalhou nessa área. No blog por exemplo, eu contratei uma moça com várias experiências em escrita, jornalismo e etc, que escrevia muito bem por sinal, um trabalho realmente muito bom. O problema em tudo isso é exatamente que as pessoas cansam, fazem o trabalho com desleixo depois de um tempo e isso me irrita bastante. O simples fato da postagem semanal ser esquecida, um e-mail diário não enviado, um cliente ser atendido de forma rude me deixou realmente cansado das pessoas em determinadas área da empresa.

    Hoje não tenho vergonha de dizer que o nosso processo de sucesso do cliente, e-mails informativos, blog e textos são todos gerados por IA, sem falar que até nosso atendimento inicial melhorou 87% em relação ao atendimento humanizado. Ela tem uma personalidade que eu escolhi, com toda a base de conhecimento da empresa e com uma educação que os humanos que passaram por aqui não conseguiram sustentar.

  4. Muito da crítica ao uso de “IA” que vejo não é tanto sobre o lado técnico, que você tratou. É sobre o uso político. Um exemplo (entre muitos): assim como perdemos boa parte da inteligência espacial ao dirigir um veículo, por causa do GPS, depender de IAs para tarefas básicas como escrever e ler (admito que eu mesmo faço isso, pedindo resumos de artigos longos que tenho preguiça de “escanear”) atrofia essas habilidades.
    É bem conhecida a política de sucatear a educação pública, geralmente pela direita. Pessoas sem educação são mais fáceis de manipular. Com “IA” então, mais fácil ainda.

    1. O texto, de saída, também evitou o ponto mais importante, EMHO. O impacto ambiental.

      É, para mim, escandalosamente anti-ético evaporar toneladas de água para, como disse um comentarista acima, nãob sen chatear com um humano.

      É normalizar a velocidade de extinção do planeta. E não estou sendo dramático! São fatos!

  5. Vocês já devem ter passado por uma situação em que, precisando de um suporte, o humano que te atendeu falava como um robô, não entendia o seu problema, respondia com frases prontas e não tinha sentimentos.

    Nessas situações, dependendo do humano que atende, acho que um chatbot com IA prestaria um serviço melhor.

    Dito isso, simpatizo com a opinião atual de Ghedin. Pois, quando leio um texto, procuro algo específico: às vezes a informação, às vezes o prazer da leitura etc.

    Então, pouco me importa quem escreveu, como escreveu e se teve esforço ou não. Esse tipo de preocupação, eu coloco na caixinha “fetiche”. O que me importa é se meu objetivo será atendido.

  6. Olha, eu acho que esse futuro já chegou. Muita gente, talvez a maioria, não sabe escrever direito, e nem falo de regras gramaticais e ortografia; o buraco é mais embaixo, em coisas relacionadas ao raciocínio lógico.

    Eu ainda sei escrever à mão, mas raramente exerço essa habilidade. E… sei lá, não sinto falta. Não consigo imaginar, também, qual o prejuízo em não escrever à mão. Você acha que tem? Se sim, quais?

    1. Posso dar minha opinião? Parece que ao usar papel e caneta usamos áreas do cérebro de maior criatividade. Mas eu, por exemplo, vou migrar para o “notas” do iPhone que grava e já faz a transcrição.
      Ah, tenho postado por aí que meu nick é uma contradição. Não adoro tecnologia coisa nenhuma (é uma ferramenta) e seu blog sempre me atraiu pela luta por privacidade e segurança na rede.

    2. Dizem estudos que eu ouço todos pedagogos falarem que depois de adulto pode não fazer muita diferença, mas para o desenvolvimento da criança faz.

      E aí que mora o perigo de tantas escolas adorarem livros em tablets em detrimento dos livros de papel e cadernos.

    3. Elas já mal estão sabendo ler (ou escutar e entender o que foi dito, assim como olhar ao redor e se situar).

      “Dizem” que escrever à mão estimula zonas importantes do cérebro, mas muito mais importante que isso é que é tradição, cultura, é estético e forma parte da individualidade de cada um.

    4. O Nicholas Carr relata no livro A Geração Superficial: O Que A Internet Está Fazendo Com Os Nossos Cérebros que Nietzsche percebeu uma mudança no seu estilo de escrever simplesmente ao adotar a máquina de escrever no lugar da caneta tinteiro.

      Esse livro, aliás, é muito bom. Recomendo!

    5. Já vi um estudo mostrando que ao fazer anotações a mão você apreende mais de uma aula, por exemplo, porque se detém mais tempo sobre o que está escrevendo. E à lápis seria melhor que à caneta, porque você precisa fazer mais força, demora mais e fica mais tempo em cada palavra. Não que eu seja um entusiasta de se escrever à mão: pelo contrário, minha letra é ilegível e tenho que fazer um baita esforço quando preciso escrever uma redação num concurso.

  7. Ghedin, você havia parado de usar redes sociais a um tempo atrás, mas depois de um tempo voltou pro Instagram.

    Está publicando no LinkedIn.

    Com grupo no Whatsapp.

    Abandou Apple e depois voltou pra Apple.

    Tentou Firefox, mas safari continua sendo o principal.

    E agora o ChatGPT.

    Você acha que está passando por um momento de cansaço de tentar ir contra o sistema? Pergunto sinceramente porque isso aconteceu comigo. A tal ponto que hoje já não me incomodo mais com essas questões.

    1. Um pouco, talvez? Ainda me incomodo, mas estou tentando ser menos… rígido, um traço que é (sempre foi) muito forte em mim e já causou um tanto de estragos.

      Veja que, se me fosse dada a opção, eu preferiria que não tivéssemos ChatGPT/IA generativa. Mesmo quando representa um ganho de produtividade, ok, ficamos mais produtivos… para quê, mesmo?

      1. Veja que, se me fosse dada a opção, eu preferiria que não tivéssemos ChatGPT/IA generativa. Mesmo quando representa um ganho de produtividade, ok, ficamos mais produtivos… para quê, mesmo?

        Concordo que esse papo de mais produtividade é um lero lero capitalista bastante cínico. Mas acredito que alguns ganhos que temos com AI não estejam restritos a isso.

        Como comentei mais abaixo, hoje a AI já permite termos uma revisão de texto mais completa e acessível. Dá pra traduzir textos de maneira mais acessível também, e com mais qualidade do que as tecnologias de tradução anteriores.

        Eu já me vi colando, por exemplo, a documentação de algumas coisas burocráticas e pedindo pro GPT explicar como fazer algo específico. Não estou necessariamente querendo ficar mais eficiente, mas existem casos onde a documentação é confusa ou eu não quero passar pelo processo de ler 20 páginas pra extrair um mísero comando.

        Sabe, acho que o valor do processo/jornada se aplica mais a pessoas e coisas artísticas e lúdicas. Mas o feijão com arroz do dia a dia eu não vejo problema de ter tecnologia auxiliando. Aliás, é precisamente isso que faz um PC desde os anos 70, não é mesmo? Antes disso, a máquina de escrever. Antes disso, a caneta tinteiro. Antes disso, o pergaminho. Ou então tecnologias de encurtamento de distância, como telefone, trem e avião. Enfim, se formos levar ao pé da letra, a gente acaba voltando pra antes da Idade da Pedra Lascada.

        O problema das LLMs pra mim está no processo que gerou o modelo de dados, e a maneira como essas tecnologias escravizam as pessoas pra gerar mais lucro pra poucos, o que é o resumo do capitalismo já de longa data, né?

  8. Eu ainda penso que esse uso generalizado carrega uma ótica hiperutilitarista do que é produzido. Exemplo: escrever um texto não serve apenas para divulgar, informar, mas é um processo enriquecedor de desenvolvimento pessoal/intelectual do próprio escritor. Estamos cada vez mais eliminando as “dores” (essa palavrinha que adoram no desenvolvimento de soluções tecnológicas) dos processos de criação das coisas em nome da conveniência, e perdendo nossa humanidade nesse processo. Tudo isso pra gerar mais coisa em menos tempo (num mundo que tá acabando precisamente por isso). Isso cria uma percepção irreal do mundo, do tempo do corpo, da natureza, de que nem tudo dá certo, de que nem tudo é pra ganhar dinheiro ou produzir mais e mais. Entendo que isso pode ser uma visão romântica, e o sucesso dessas ferramentas de IA, pra mim, são uma consequência, a exata medida do buraco que estamos. Enfim, eu sou obrigado a usar no trabalho e, em vez de isso me trazer menos trabalho, tive minhas metas aumentadas e tenho q passar a entender bobagens novas como a tal “engenharia de prompt”. Sei lá, eu só sinto vontade me afastar de tudo isso, ainda que isso me faça parecer um velho gritando pras nuvens. É mais uma coisa proclamada como inevitável, então só nos resta aceitar. Aprendizado de máquina não deveria ser uma coisa ruim, mas na balança de benefícios e prejuízos, a começar pelo nome comercial de Inteligência Artificial, a gente já vê que deu errado. Enfim, só um desabafo kkkk

    1. Sei lá, eu só sinto vontade me afastar de tudo isso, ainda que isso me faça parecer um velho gritando pras nuvens. É mais uma coisa proclamada como inevitável, então só nos resta aceitar.

      Ah, eu também sinto isso, com IA e com muitas outras coisas. É muito difícil escapar dessa roda. Este trecho que li dia desses deu algum sentido a esse incômodo e à sensação de que é algo inescapável.

  9. Algo que tem me incomodado bastante sao os “dubles” de influencer que estao utilizando fluxos N8N+IA para buscar conteudos de terceiros (p.ex. RSS), retrabalhar via IA e publicar como proprio.

    De um modo geral conteudos bem mediocres mas que estao por todo lado – a parte ruim eh a perda de tempo que levam ao se confundir com conteudos que sao uteis.

    Nao vejo solucao a curto prazo (curadoria ?) – e mesmo selecionando com certo cuidado as fontes que leio, muita coisa deste genero acaba sobrando.

  10. “O preciosismo dos avessos aos textos de IA parte de uma premissa falha, de que o texto 100% humano é sempre melhor.”

    curiosa pra entender de onde saiu essa conclusão.

    1. Talvez seja minha mesmo e extrapolei/generalizei. Se não por ser melhor (num sentido bem amplo), o que explicaria a ojeriza ao texto sintético em prol do texto humano, considerando apenas essas duas características?

      1. Acho que é a premissa que fundamenta o texto do seu texto, Ghedin, que parte de uma premissa falha: a de que “o preciosismo dos avessos aos textos de IA parte[m] de uma premissa falha, de que o texto 100% humano é sempre melhor”.

        Se o significado de ‘melhor’ for ‘melhor escrito, que atende à norma culta’ etc., então não acredito que seja esse o ponto de incômodo dos relutantes.

        Como linguista, estou preparado para aceitar que a maioria dos textos feitos por humanos precisam de revisão textual. E como um desses avessos aos textos de IA, digo por mim que o que valorizo nos textos feitos por humanos não é o primor gramatical.

        Isso não incomoda. O que incomoda é o conteúdo criado sem esforço. O texto escrito por IA cai naquele grande balaio genérico no qual os conteúdos da internet foram parar. Perdemos o significado de texto da mesma forma que perdemos o significado do que é conteúdo.

        É como colocar no mesmo balaio um disco do Phill Collins e algum vídeo chamado “1h de músicas que soam como se fossem do Phill Collins geradas por IA”.

        1. O “melhor” ali é num sentido bem amplo, Guilherme.

          O texto escrito por IA cai naquele grande balaio genérico no qual os conteúdos da internet foram parar. Perdemos o significado de texto da mesma forma que perdemos o significado do que é conteúdo.

          Concordamos aqui, e é isso o que nos permite (ainda) identificar texto de IA com relativa facilidade. Para ficar no exemplo do texto, aquele post do Phone Arena, é algo escrito por um humano, mas com a qualidade de um texto robótico. Faria diferença para o objetivo de quem o lê se o texto tivesse sido gerado por IA? É esse o cerne da minha crítica. A gente já lê muito texto ruim (num sentido bem amplo) escrito por gente de carne e osso.

          A IA generativa vai piorar as coisas, sim. Pela velocidade com que cospe texto, o volume tende a aumentar. Já está aumentando.

          O que incomoda é o conteúdo criado sem esforço.

          O esforço é relativo, não? Alguém que tenha facilidade com o texto escrito consegue escrever muito mais rápido e provavelmente melhor que outra pessoa que tem dificuldades. O texto do segundo, por demandar mais esforço (relativo à sua capacidade limitada de escrever), tem alguma vantagem?

          1. Acredito que o “esforço” nesse caso seja o esforço de trazer algo interessante no texto, um “esforço intelectual” podemos dizer e não necessariamente a quantidade de trabalho colocada ali.

            Um exemplo que não é de texto, mas pode ajudar a ilustrar.
            Ontem assisti ao documentário VAI CORINTHIANS na Max, sobre a “invasão” da torcida do Corinthians ao Japão no mundial de 2012 e achei ele extremamente preguiçoso.
            É só uma colagem de diversas histórias em ordem mais ou menos cronológica, sem nenhum fio condutor interessante ou alguma história curiosa que te leve do começo ao fim do documentário. O ritmo é ruim, as trilhas não criam momentos, falta aquele algo a mais.

            Enquanto isso o canal Por Onde Andrey, também sobre esportes, principalmente futebol, consegue pegar pequenas histórias curiosas e transformar isso em um vídeo muito interessante, ritmo bom.

            A quantidade de esforço nos dois é grande, ir atrás de entrevistados, imagens de arquivo, etc. Mas um claramente (pelo menos pra mim) tem um esforço criativo muito maior de criar um vídeo mais interessante do começo ao fim enquanto o outro parece só uma colagem de entrevistas.

  11. Muito legal levar esse tema, Rodrigo! O interessante é que, mesmo com a IA aí, muitos concursos literários e mesmo na academia, desclassifica textos produzidos via IA.
    A própria busca simples no Google já tem a IA em sua produção. Já há livros à venda com, no mínimo, 20% de sua feitura por IA – e descrito isso na capa.
    E como o Ramon disse, texto acadêmico tem um rebuscamento que afasta cada vez mais as pessoas para leitura. Mais contraditório é que durante o curso (pelo menos, na pós que eu tô fazendo é assim), muitos professores discutem justamente essa “torre de marfim” que a academia se tornou, ou seja, uma produção somente para os pares. Falo de periferia na academia, mas a periferia não “me ouve”, por exemplo.
    Mais intrigante é falar disso hoje, quando deparamos com a pesquisa da OCDE que constata mais de 60% dos estudantes de 15 anos no país não sabem interpretar um texto, não sabem discernir uma opinião de uma notícia.
    O problema não está na IA, está, entre um sem fim de fatores, na falta de estímulo à educação, que ainda usa da hierarquia professor-aluno/lousa-caderno para ensinar. Não que isso seja ruim, mas, para mim, seria mais importante uma escola aberta ao diálogo, ouvindo todo mundo, levando pautas além de apenas um “copia e cola”. Quantas vezes a gente, na aula, não entendia um “a” que copiava no caderno? Hoje, tem a internet que “mastiga” essa informação, mas e a interpretação disso? Algo para se pensar!

  12. LLM é uma ótima forma de aprender fazendo (se bem utilizado).
    Todo aquele stress e insegurança de ter alguém observando você escrevendo (e escrevendo mal)? Acabou por um tempo. Não existe tanto questionamento quanto ao uso do corretor ortográfico automático dos editores de texto – e com razão, porque ele só está ali pra corrigir coisas rápidas. IA é uma ótima ferramenta de trabalho – óbvio que tem muitas problemáticas sobre o processo de aprendizado dessa ferramenta, de direitos autorais…porém não deixa de ser uma ferramenta. Dá pra questionar seu uso e usar ao mesmo tempo.

  13. Destaco também como é cansativo esse lero-lero dentro do ambiente acadêmico. Artigos, teses, monografias, textos, resumos expandidos, materiais de divulgação… vários com muito texto mas pouca informação.

  14. Costumo usar IA não para escrever meu texto, mas sim para fazer correção de ortográfica dele, além disso, faço o mesmo uso que você na questão do inglês, infelizmente o inglês não é um língua que domino, então recorro a essa função.
    Mas já parei de lê alguns textos por ter certeza que tinha sido criado por I.A.

  15. Concordo com a ideia central, mas seu exemplo foi ruim: o texto do peço do Galaxy foi otimizado para SEO (um problema que a gente já tinha, culpa de um dos responsáveis pelas IA agora) enquanto a Perplexity não tem esse incentivo. Além de que, nesse caso, você estava buscando uma informação, não um texto.

    No mais, prefiro seguir a máxima “por que vou me dar o trabalho de ler um texto que o autor não se deu o trabalho de escrever?”

    1. Muitos textos a gente lê “em busca de uma informação”. Não acho que essa distinção seja crucial e me apeguei ao exemplo por ele demonstrar muito bem que mesmo algo escrito por um humano está sujeito a incentivos que degradam o texto.

      Ainda nesse exemplo, “por que vou me dar o trabalho de ler um texto que o autor escreveu para uma máquina?” Esse é o cerne do meu argumento (e minha rusga com essa máxima). Muitos (a maioria?) dos textos com que a gente se depara são frutos de má vontade, regras arbitrárias ou incentivos errados. Além daqueles escritos por gente que não sabe escrever direito. Ou quando o autor nem queria escrever, para início de conversa, mas foi obrigado. E eu, às vezes (muitas vezes), preciso ler textos ruins (e bons também) que, se dependesse só da minha vontade, eu não leria.

      1. Então concordamos, só divergimos no uso de IA. Eu acho que agora, com IA, a quantidade de texto ruim aumentou exponencialmente, mas por outro lado ficou fácil identificar logo de cara

    2. JoaoM, meu desgosto principal também vem disso:

      “por que vou me dar o trabalho de ler um texto que o autor não se deu o trabalho de escrever?”

      Uma coisa são manuais e textos acadêmicos, que eu também acho prolixos e alguns bem mal escritos, mas textos literários, posts de blogs e até mesmo alguns livros… Dá um desânimo, viu.

    3. No mais, prefiro seguir a máxima “por que vou me dar o trabalho de ler um texto que o autor não se deu o trabalho de escrever?”

      Pense que nem todo mundo tem a habilidade de escrever bem. Nem por isso essa pessoa deve ser privada do ato de escrever, nem merece ser punida com a não leitura de seus textos por não dominar bem a língua escrita.

      A pessoa pode escrever um rascunho do texto e usar IA para organizar as informações, inserir as pontuações de forma correta, buscar sinônimos e deixar o texto mais coeso. Ou, ainda, pode “escrever” todo o texto através de áudio, que é como a pessoa se expressa melhor, e usar a IA para converter aquilo em um texto. A ideia, o conceito, o relato, tudo ali é da pessoa. Nesse exemplo, a IA apenas estruturou e organizou.

      Conheço gente muito legal, com muitas histórias e muito conhecimento a compartilhar, mas, por não serem escritores, jornalistas ou de profissões que lidam melhor com a escrita, não o faziam. Depois da IA generativa, passaram a querer e poder se expressar através do texto.

      1. Essas pessoas não vão aprender a escrever usando IA em vez de treinar a escrita. Esses dias vi um link no hackernews e concordo: se for assim, me manda o prompt (ou o áudio) em vez do texto gptzado, muito mais sucinto.

        1. Talvez a pessoa não queira mesmo aprender. Não esteja mais na idade, tem outras prioridades na vida. Nem toda plataforma aceitaria o áudio (aqui nos comentários não é possível). Creio que muitos também não ficariam confortáveis em enviar um texto com erros, dada sua limitação, e aí deixaria de produzir, relatar, ensinar algo. Acho isso uma forma elitista de pensar. É muito parecido com o pensamento de que pobres ou analfabetos não deveriam votar.

  16. Legal você admitir que mudou de opinião. É para poucos :)

    Usar AI pra gerar texto ainda é caído, e em contextos mais autorais eu diria que não será o caminho nunca — talvez uma co-autoria?

    Mas uma coisa que faço com frequência é escrever tudo sozinho e depois pedir pra AI revisar. Então peço para melhorar o flow do texto parágrafo por parágrafo. Peço também pra sugerir sinônimos quando noto palavras iguais próximas. Se for um texto muito argumentativo (como normalmente são os que escrevo), peço pra apontar os pontos fracos e sugerir uma abordagem mais conciliativa e persuasiva, em vez de confrontativa. Daí em vez de simplesmente aceitar todas as sugestões, tendo a ir trocando uma ideia com a AI e aceitando aquilo que faz sentido pro texto e pro meu estilo. Às vezes cabe ir pedindo mais sugestões em cima das que já foram feitas pra ampliar o leque de opções. O resultado pra mim é claramente positivo. Agora, se meus textos estão ficando com cara de AI, eu honestamente não sei.

    O que é doido dessas LLMs é que elas são especialistas em tudo, né? Se você contrata um revisor de texto, essa pessoa dificilmente será técnica também no assunto que você trata. Mas a LLM tem bagagem vasta em todas as áreas. Lembro uma vez que pedi pro GPT revisar um artigo meu que por acaso tinha uns exemplos de código de programação, e como eu colei tudo pra ela, o troço revisou o código também, e havia uns errinhos mesmo, hahaha!

    Outra coisa sem precedentes é que a LLM está a sua disposição sem jamais dizer que está cansada ou cobrar rios de dinheiro por hora. Você pode ficar eternamente polindo o texto. Uma loucura!

    P.S.: uma pequena correção no seu texto (a AI talvez não tenha pego, hehehe): ‘Não só existe muito texto muito’

    1. Você usa a IA como uma editora. Legal! Alguém que edite meus textos é, profissionalmente, a coisa de que mais sinto falta de uma redação. Nunca usei a IA para isso; um(a) editor(a) humano(a), porém, faz uma enorme diferença!

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