Do digital para o físico e vice-versa: Uma conversa sobre o novo zine do Manual
No podcast Guia Prático, Jacqueline Lafloufa e Rodrigo Ghedin falam, é claro, do zine do Manual. Além de dar detalhes e abordar algumas curiosidades do lançamento, aproveitamos o gancho para debater o nosso consumo de informações à luz da dualidade físico–digital. O livro digital (e-book) não acabaria com o papel? Ainda não, e provavelmente nunca acabará.
O zine Outros jeitos de pensar a tecnologia: Textos selecionados do Manual do Usuário (2021–2022) já está em pré-venda no site da Casatrês.
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Indicações culturais
- Ghedin: O filme The Square [Belas Artes À La Carte], de Ruben Östlund.
- Jacque: O livro Não contem com o fim do livro, de Umberto Eco, publicado pela Record.
acho curioso que, embora concorde com todas as vantagens do livro digital no caso de textos acadêmicos (para localizar trechos, consultar dicionários, etc), eu ainda prefira livros físicos nesses casos — sobretudo pela maneira como a gente habitua as mãos e os olhos nos livros físicos nas idas e vindas da leitura.
já livros literários (em função de uma leitura mais linear) consigo ler as versões digitais sem qualquer problema
sobre zines: eu adoro, só queria ter mais tempo/dinheiro/espaço para poder colecionar
uma revista/zine que gosto muito é a CLOG: ela surgiu curiosamente como uma espécie de “blog impresso” — e hoje os blogues meio que morreram e a revista continua interessante de revisitar
Excelente episódio, queridos! (Embora eu seja suspeito para falar, porque sou o responsável pela confecção dos zines, rs.)
A provocação da Jacque sobre as desvantagens do papel e as mil vantagens do digital é interessante. Mas lanço outra provocação.
Fica claro como as facilidades (quase mágicas) do digital condicionaram nosso desejo aos valores de velocidade, facilidade, conforto e leveza. Nossa geração já tem dificuldade de extrapolar o imperativo do ilimitado que o digital produz e, além disso, sentir o valor do limitado que o física proporciona. Quando indaga sobre a viabilidade de envio do zine para o exterior e de que o jornal suja as mãos, ela desconsidera os valores do limite (não necessariamente ruins), que são inerentes à publicação física. A graça e o sabor do zine é exatamente ser desburocratizado, de guerrilha etc. E a graça do papel é ter cheiro, toque, interação sensitiva que o digital não é capaz de gerar. Mas é claro que essa interação sensitiva tem seu preço: pode sujar as mãos, tem limite de alcance e por aí vai. Enfim, aquele filósofo sul-coreano, Byung-Chul Han, trava uma discussão interessante sobre essa dicotomia no digital e do físico.
No mais, parabenizo pelo trabalho de vocês aqui no Manual. Estou contente demais em fazer parte dessa parceria editorial.